Fernando Siqueira Carvalho é um empresário e sempre foi apaixonado por modelos de carros antigos, desde sua infância nutre uma paixão especial pelas versões e visa propagar esse amor de geração em geração, uma vez que foi impulsionado por seu pai e por seu avô, sendo assim, o empreendedor conta à nossa redação sobre a famosa montadora de carros brasileira, a Gurgel.
Fundada por João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, a fábrica que recebe seu nome foi, durante muitos anos, referência na indústria nacional no que tange o mundo automobilístico. O engenheiro fundou a empresa em 1969 e a proposta era produzir veículos de forma 100% nacional. Segundo Fernando Siqueira Carvalho, após décadas de atuação e mais de trinta mil automóveis vendidos, a marca ainda é sinônimo de cultura e sua história é amplamente difundida.
O engenheiro Gurgel se formou na Escola Politécnica de São Paulo e começou produzindo modelos mais simples, como karts, aos poucos, foi evoluindo suas produções para equipamentos mais arrojados e repletos de tecnologia e qualidade. Antes de fundar a empresa, passou um tempo no exterior, nos EUA, onde trabalhou em montadoras.
Os modelos da marca Gurgel são icônicos e são objetos de desejo de inúmeros colecionadores até os dias de hoje. Ainda mais aos que anseiam e admiram uma marca 100% nacional, assim como Fernando Siqueira Carvalho. Sendo assim, um marco na indústria e na história do país.
Os modelos foram utilizados até pelas forças armadas, possuía além de força e resistência, potência e qualidade. Ademais, o engenheiro, sempre à frente de seu tempo, investiu em modelos elétricos com a Crise do Petróleo, na década de 70, dessa forma, explica-se o fato de que o Gurgel Itaipu foi o primeiro carro elétrico da América Latina, levando o nome Itaipu em homenagem à hidrelétrica binacional, narra o empresário Fernando Siqueira Carvalho.
Além da modernidade empregada nos componentes internos dos veículos, a marca investiu no design dos automóveis. Todos com layout arrojado e moderno para a época. Contudo, infelizmente, esse empenho não foi suficiente para a consolidação da marca no país. Após as políticas de importação no país, a disputa dos modelos nacionais e os concorrentes ficou mais acirrada e aos poucos a produção foi declinando.
“Deixando uma dívida de mais de R $280 milhões, a Gurgel deixava suas produções”, menciona Fernando Siqueira Carvalho. A fábrica sofreu duros golpes de vândalos e foi leiloada. O empresário Paulo Emílio Freire Lemos adquiriu o direito no nome e hoje a empresa importa um triciclo, sem qualquer envolvimento com a empresa anterior e suas produções.